Algumas palavras entram em moda e depois somem. Ecologia, por exemplo,
foi termo muito usado na década de 90, talvez pela influência da já esquecida
ECO 92 no Rio de Janeiro, que tinha o objetivo de alertar o mundo da união do
desenvolvimento econômico com a proteção e conservação do meio ambiente.
Lembrando
que meio ambiente é outra expressão que está sendo facilmente substituída pela
mais famosa da atualidade: A sustentabilidade, que é mais completa e tem mais
sustância, como falamos no interior.
Logística veio pra ficar. Não a logística de origem grega, logistiké, que tá mais para a aritmética
e a lógica dos números, e sim a francesa logistique
que une transporte, armazenamento, distribuição e, segundo o Aurélio, é
parte da arte da guerra e seu planejamento. Descobri isso em minha pesquisa
para este post e é interessante notar
como a palavra foi readaptada para os nossos tempos e é muito bem empregada no
nosso cotidiano.
Afinal, como a sustentabilidade pode fazer parte de nossa vida, seja na
construção civil ou na compra de produtos em geral?
O conceito de algo que pode se sustentar por si mesmo será mesmo
possível? O mundo conseguirá se
auto-resolver e atingir um continuum
para nossa sobrevivência futura?
Perguntas demais de filosóficas para uma realidade paradoxal que vivemos
na prática.
Primeiro temos que entender que a sustentabilidade está ligada à cadeia
logística produtiva, e que nós participamos deste processo como personagem
principal em algum momento. O que nos torna responsáveis em pequenas atitudes
para que o todo funcione.
Segunda e triste notícia é que infelizmente
dependemos de órgãos públicos reguladores, supostamente responsáveis pelo todo,
para transformar a ideologia em realidade.
Na arquitetura o uso de materiais e
soluções sustentáveis são mais caros e penalizam o comprador final consciente
que tem a intenção de consumo, acuando o arquiteto que tem o interesse em
especificar, criando um ciclo teórico que não funciona.
Medidas de incentivos a empresas são
necessárias para tornar o produto final economicamente mais atrativo para a
compra forçando novos investimentos no próprio conceito e assim por diante.
Caso contrário esqueça toda essa falácia. Aliás,
falácia é uma palavra do latim fallacia que
tem dois sentidos apropriados a este contexto. O primeiro é de enganador,
afirmação falsa ou errônea. O segundo é um substantivo feminino que vem de
falar, falatório, ruído de vozes.
Fica minha torcida para que o conceito
sustentabilidade não fique só no falatório e não caia em desuso em breve. Torço
mais para isso do que para a seleção na Copa de 2014. A comparação é uma
provocação para que não entremos na ilusão do momentismo. Acabo de inventar uma
palavra, será que pega?
Nenhum comentário:
Postar um comentário