quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A Logística da Sustentabilidade Ecológica e Você.

// Crônica publicada no jornal Folha de Tiête, interior de São Paulo em algum dia de 2008. Charge Pinterest, Tom Toro.  




Algumas palavras entram em moda e depois somem. Ecologia, por exemplo, foi termo muito usado na década de 90, talvez pela influência da já esquecida ECO 92 no Rio de Janeiro, que tinha o objetivo de alertar o mundo da união do desenvolvimento econômico com a proteção e conservação do meio ambiente. 
Lembrando que meio ambiente é outra expressão que está sendo facilmente substituída pela mais famosa da atualidade: A sustentabilidade, que é mais completa e tem mais sustância, como falamos no interior.
Logística veio pra ficar. Não a logística de origem grega, logistiké, que tá mais para a aritmética e a lógica dos números, e sim a francesa logistique que une transporte, armazenamento, distribuição e, segundo o Aurélio, é parte da arte da guerra e seu planejamento. Descobri isso em minha pesquisa para este post e é interessante notar como a palavra foi readaptada para os nossos tempos e é muito bem empregada no nosso cotidiano.
Afinal, como a sustentabilidade pode fazer parte de nossa vida, seja na construção civil ou na compra de produtos em geral?
O conceito de algo que pode se sustentar por si mesmo será mesmo possível?  O mundo conseguirá se auto-resolver e atingir um continuum para nossa sobrevivência futura?
Perguntas demais de filosóficas para uma realidade paradoxal que vivemos na prática.
Primeiro temos que entender que a sustentabilidade está ligada à cadeia logística produtiva, e que nós participamos deste processo como personagem principal em algum momento. O que nos torna responsáveis em pequenas atitudes para que o todo funcione. 
Segunda e triste notícia é que infelizmente dependemos de órgãos públicos reguladores, supostamente responsáveis pelo todo, para transformar a ideologia em realidade.
Na arquitetura o uso de materiais e soluções sustentáveis são mais caros e penalizam o comprador final consciente que tem a intenção de consumo, acuando o arquiteto que tem o interesse em especificar, criando um ciclo teórico que não funciona.
Medidas de incentivos a empresas são necessárias para tornar o produto final economicamente mais atrativo para a compra forçando novos investimentos no próprio conceito e assim por diante.  
Caso contrário esqueça toda essa falácia. Aliás, falácia é uma palavra do latim fallacia que tem dois sentidos apropriados a este contexto. O primeiro é de enganador, afirmação falsa ou errônea. O segundo é um substantivo feminino que vem de falar, falatório, ruído de vozes.
Fica minha torcida para que o conceito sustentabilidade não fique só no falatório e não caia em desuso em breve. Torço mais para isso do que para a seleção na Copa de 2014. A comparação é uma provocação para que não entremos na ilusão do momentismo. Acabo de inventar uma palavra, será que pega?

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