quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

As meninas do Sex and the City também foram lá de Marrakesh.


// Crônica publicada no jornal Folha de Tiête, interior de São Paulo em algum dia de 2008. Charge New Yorker.

José Antônio Baggio e Francisco Uliana diziam que seus pisos de madeira eram de Tietê para o mundo. Na época, ninguém pensava em exportação no Brasil e ao longo de seus 40 anos de história, a empresa fez obras emblemáticas como o Vaticano, as lojas Louis Vuitton entre outros projetos importantes ao redor do mundo.
Pois bem, hoje podemos complementar esta frase dizendo que os pisos da Indusparquet são de Tietê para o mundo e também para Hollywood. Constatei isso vendo o trailer do recém lançado filme Sex and the City 2, em que as meninas Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha chegavam em luxuosas limusines a um hotel com uma enorme fachada que me pareceu familiar a princípio, e com um pouco de pesquisa na internet comprovei que era mesmo o Mandarin Oriental Jnan Rhama, onde estive ainda em construção e fechei o contrato de fornecimento do piso. 
Tempos atrás escrevi um artigo com o título “Como Fui lá de Marrakesh” contando o acaso de como fui parar no Marrocos.
O roteiro se desenrola em Nova York, base também para a série, até que Samantha leva suas amigas de acompanhantes em um trabalho de relações públicas para um xeique árabe para promocionar seu mais novo hotel em Abu Dhabi. Supostamente o hotel ficaria também em Abu Dhabi, porém devido a algumas restrições locais nos Emirados Árabes com relação a figurantes (só haveriam indianos e filipinos disponíveis) e às cenas ousadas que poderiam ferir aos princípios islâmicos, preferiram fazer no Mandarim Hotel. 
A tradição de 75 anos do Marrocos em cinema também foi determinante. Não se leva uma produção inteira de Los Angeles para um lugar destes. Precisa-se de locais como técnicos de som, figurantes experientes, tradutores, cozinheiros, etc.
As cenas marcantes das seculares ruas estreitas do mercado é um ponto alto do filme. É como se transportar para a idade média e trombar com os árabes mercadores vestidos em suas túnicas azuis e chapéus-de-coco de crochê na cabeça. 
Você se perde no emaranhado de vielas e lojinhas que vendem de tudo. É possível ver um açougue com uma portinha de 1,5 m e suas carnes penduradas ao lado de uma loja de artesanato de couro. Aliás, a arte marroquina é incrível e espontânea. Fazem tapetes, tecidos, texturas e trabalhos com madeira com uma simplicidade que espanta a sofisticação do produto final.
A arquitetura e a sofisticação do hotel são apaixonantes. O arquiteto responsável é o inglês Stuart Church, designer multimídia que tem como cliente a Jaguar, e que criou todo o conceito do hotel das 1001 noites e caiu perfeito para o filme Sex and the City 2.
Sorte para Miss Priti Paul e Mr. Jaouad Kadiri, donos do hotel que tive a honra de conhecer e me deram a oportunidade de receber-me para um almoço em sua residência dentro do próprio complexo do resort. A decoração, uma mescla das culturas marroquina e indiana, parecia de filme mesmo. E não é que virou filme mesmo. Bom mesmo foi viver de verdade tudo isso. Sem roteiro.

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