// Crônica publicada no jornal Folha de Tiête, interior de São Paulo em algum dia de 2008. Charge New Yorker.
José Antônio
Baggio e Francisco Uliana diziam que seus pisos de madeira eram de Tietê para o
mundo. Na época, ninguém pensava em exportação no Brasil e ao longo de seus 40
anos de história, a empresa fez obras emblemáticas como o Vaticano, as lojas
Louis Vuitton entre outros projetos importantes ao redor do mundo.
Pois bem, hoje
podemos complementar esta frase dizendo que os pisos da Indusparquet são de Tietê
para o mundo e também para Hollywood. Constatei isso vendo o trailer do recém
lançado filme Sex and the City 2, em que as meninas Carrie, Charlotte, Miranda
e Samantha chegavam em luxuosas limusines a um hotel com uma enorme fachada que
me pareceu familiar a princípio, e com um pouco de pesquisa na internet
comprovei que era mesmo o Mandarin Oriental Jnan Rhama, onde
estive ainda em construção e fechei o contrato de fornecimento do piso.
Tempos atrás
escrevi um artigo com o título “Como Fui lá de Marrakesh”
contando o acaso de como fui parar no Marrocos.
O roteiro se
desenrola em Nova York, base também para a série, até que Samantha leva suas
amigas de acompanhantes em um trabalho de relações públicas para um xeique
árabe para promocionar seu mais novo hotel em Abu Dhabi. Supostamente o hotel
ficaria também em Abu Dhabi, porém devido a algumas restrições locais nos
Emirados Árabes com relação a figurantes (só haveriam indianos e filipinos
disponíveis) e às cenas ousadas que poderiam ferir aos princípios islâmicos,
preferiram fazer no Mandarim Hotel.
A tradição de 75 anos do Marrocos em cinema
também foi determinante. Não se leva uma produção inteira de Los Angeles para
um lugar destes. Precisa-se de locais como técnicos de som, figurantes
experientes, tradutores, cozinheiros, etc.
As cenas marcantes das seculares ruas estreitas do mercado é um ponto
alto do filme. É como se transportar para a idade média e trombar com os árabes
mercadores vestidos em suas túnicas azuis e chapéus-de-coco de crochê na
cabeça.
Você se perde no emaranhado de vielas e lojinhas que vendem de tudo. É
possível ver um açougue com uma portinha de 1,5 m e suas carnes penduradas ao
lado de uma loja de artesanato de couro. Aliás, a arte marroquina é incrível e
espontânea. Fazem tapetes, tecidos, texturas e trabalhos com madeira com uma
simplicidade que espanta a sofisticação do produto final.
A arquitetura e a sofisticação do hotel são apaixonantes. O arquiteto
responsável é o inglês Stuart Church, designer multimídia que tem como cliente
a Jaguar, e que criou todo o conceito do hotel das 1001 noites e caiu perfeito
para o filme Sex and the City 2.
Sorte para Miss Priti Paul e Mr. Jaouad Kadiri,
donos do hotel que tive a honra de conhecer e me deram a oportunidade de
receber-me para um almoço em sua residência dentro do próprio complexo do
resort. A decoração, uma mescla das culturas marroquina e indiana, parecia de
filme mesmo. E não é que virou
filme mesmo. Bom mesmo foi viver de verdade tudo isso. Sem roteiro.
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